26/12/2014 - TJGO - Audiência de jovem esquizofrênico é realizada em casa
 
 

Mãe de um jovem de 22 anos que sofre de esquizofrenia, M. A. S. N., de 41 anos, achou que não ia conseguir o benefício do amparo social ao portador de deficiência por não poder ir ao fórum de Santa Helena, onde está sendo realizado um mutirão previdênciário. A mãe não podia deixar o filho, D. S. de L., sozinho em casa. O marido dela sofre com um câncer no joelho esquerdo o que também o torna dependente da esposa. 

“Quando a advogada me ligou e disse o dia da audiência eu tentei me organizar para ir, mas não consegui porque não havia ninguém para olhá-los e nem me levar”, contou. A casa fica no setor Jardim das Auroras, cerca de quatro quilômetros do fórum, e, para ir ao local, ela precisaria chamar um mototáxi. Porém, isso não foi problema, pois o juiz Luciano Borges da Silva, acompanhado da representante do INSS e dos advogados da parte, foram até eles para que audiência fosse realizada.

O benefício amparo social ao portador de deficiência havia sido concedido, mas cortado logo em seguida. Contudo, o magistrado homologou o acordo e o INSS se comprometeu a restabelecer o benefício. Além de um salário-mínimo por mês, D. receberá também o valor de R$ 6.516 mil, de atrasados.

Dona M. A. contou que há oito meses o filho não sai de casa e fica apenas deitado. “É muito triste vê-lo assim. Ele é novo e sempre disse que queria ser professor”, relatou. Ela disse ainda que o jovem estudou e sempre foi uma pessoa normal, até que um dia deu uma crise e precisou ser levado às pressas para o hospital. “A partir daí começou o nosso sufoco. Ele toma sete comprimidos por dia e não pode ficar sem porque senão fica muito agressivo”, destacou.

De poucas palavras, D. só responde o que lhe perguntam. “ Porque sim”, respondeu o jovem, ao ser questionado sobre o fato de ficar deitado durante todo o dia. “Ele só levanta para ir ao banheiro e tomar banho, a comida tenho que trazer aqui”, completou a mãe. Segundo ela, o dinheiro será todo para comprar o medicamento do filho, que custa muito caro. “A gente ganha uma parte, mas ainda faltam alguns comprimidos”, afirmou. “Aqui em casa a coisa é feia. Vivemos da bondade dos outros, porque não temos renda”, completou.

A advogada também disse que estava preocupada com o fato deles não poderem ir ao fórum. “Fiquei surpresa quando todos se empenharam em vir até aqui. Isso mostra que a Justiça realmente vai até ao cidadão. É sinônimo de efetividade”, frisou.

Fonte: Tribunal de Justiça de Goiás

. Área Restrita    
Login: 
Senha: 
   
Germin - Advogados e Consultores - Fone:(14) 3662-5775 - jurídico@germin.com.br
© Copyright 2010 - Todos os direitos reservados a Fanton Germin